Confusão, ilusão e alucinação

Quem és tu?
Perguntou-me a miúda de cabelos lisos.
Tantas ideias pesaram-me na cabeça,
E fizeram-me disfarçar com alguns sorrisos.

Reflecti.
Sem chegar a nenhuma conclusão.
Baixei a cabeça.
Tentei puxar pela imaginação.
Sorri.
Pensei em eufemismos para solução.
Parte de mim dizia confessa,
Outra dizia não sigas tanto o coração.

Confusão sobre quem sou;
Até porque não sou ninguém.
Parece que a alma vai e vem,
E não sei em que estado estou.

Na verdade, até encontro felicidade,
Quando vejo vida do outro lado.
A miúda recorda-me a simplicidade
E aquece-me a vida em cada bocado.

Mas será uma ilusão causada pela poesia?
É que era feliz quando a miúda sorria...
Sofro de pensar que ela mudaria,
Se soubesse como vivo o meu dia.

Ainda não respondi à miúda...
Mas ela aguarda a resposta, entretanto...
Ela olha-me com expectativa.
Relaciona-me com o meu canto.

Tenho tanta pena da miúda,
Por gostar de mim, que sigo torto,
Porque antes dela chegar a graúda,
Já estarei eu mais que morto.

1 comentário:

  1. continuo a adorar cada um dos teus versos, mas é principalmente a mensagem que me emociona. ou melhor, é a forma como passas para as tuas estrofes, as tuas mensagens. contudo, a propria confusão que se apodera de ti, confundiu-me também a mim. o que dizes de ti proprio causou-me certos arrepios:

    ''Confusão sobre quem sou;
    Até porque não sou ninguém.''

    ''Sofro de pensar que ela mudaria,
    Se soubesse como vivo o meu dia.''

    ''Tenho tanta pena da miúda,
    Por gostar de mim, que sigo torto,
    Porque antes dela chegar a graúda,
    Já estarei eu mais que morto.''

    parece que estas sufocado de solidão. estas?

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