Respira

-'Deixei-me levar pela fraqueza do meu espírito, que mesmo sendo fraqueza, situa-se na parte boa de mim. Apesar de estar rodeado pela nossa Mãe, caí novamente no poço que me suga nestes momentos inoportunos e complicados, para não lhes chamar estúpidos; porque até estes momentos importam, tal como outros, mais oportunos e descomplicados. No fim, encontrei-me rodeado por paredes reais e irreais de pedras e ideais e quase que não consegui sair. Digamos que, tenho estado preso.'
-'Tem calma, e respira.'

Ouviu-se uma pausa silenciosa. Sentia-se uma nova energia no ar. Parecia que aquelas rastas ruivas se tinham pintado nos tons de preto e cinzento que manchavam a quase total tela branca. Tudo estava bem agora.

Em sentidos opostos

Acenemos as mãos.
Observemos, calmamente, a luz estranhamente forte da lua que nos acompanha neste caminho curto para o final deste alucinante resgate. Cantemos melodias poderosíssimas e históricas que acompanharão a Humanidade até ao final da sua construção. Caminhemos e abrandemos...

Abracemos com força a vida que passa através da matéria, e toca, nem que seja ao de leve, no vazio residente na alma imperfeita e inacabada.

Acenemos freneticamente as mãos
Enquanto caminhamos,
Em sentidos opostos.