Um chão novo

Estou a sangrar.
Sangra-me a mão mas danço, contente, ao som do que ninguém mais quer ouvir.
Pego no instrumento e toco o que mais ninguém quer ouvir. E danço outra vez. Que felicidade assombrosa. Tenho medo de não saber os limites dessa felicidade, porque às vezes a nossa felicidade afecta, por acidente, a felicidade dos outros. Na verdade, esta referida felicidade nem sequer me deixou pensar nestas coisas, que não são parvas de todo, diga-se de passagem.
Caí, desmaiado. Nem sequer sei como aconteceu, mas foi o que me contaram. Quem me contou foi o meu novo soalho vermelho e a fraqueza que até hoje não me deixou acordar.