Não sabia que reacção esperar
Mas esperei, a pensar sozinho:
'Sou alvo de olhares estupefactos
De todo e qualquer Zé Povinho.
O que lhes vai na mente neste momento
Para mim, uma incógnita é.
Mas se essa mente fosse um carro
Apenas andaria em marcha-ré.'
Neste momento de expectativa,
O que reina é a incerteza.
Enquanto a cronologia avançava
O olhar aumentava em frieza.
No momento curto em que estou
Entre a espada e a parede,
O povo, a morrer de sede,
Decidiu enfiar-nos na rede
A que Morte chamou.
Pedras choveram,
Gritos soaram
E balas voaram!
Chocaram contra o meu corpo;
Perfuraram-no...
O sonho distante da mudança?
Mataram-no...
Pouco sofri, pouco vi e louco estarei,
Porque rapidamente do corpo voei.
Passado segundos me recuperei
E logo comecei:
'Olho para aquele pássaro
Preso, na gaiola, sozinho.'
Olhava para aquele pássaro, sozinho,
Que preso na gaiola estava.
Escrevi o que me aconteceu em corpo
Porque a esperança me conquistava.
Finalmente, este dia chegou!
Espero que, agora,
Já que o meu canto não resultou,
Que a minha obra mostre
O sofrimento que me matou...
E que já não seja preciso gritar,
Para se conseguir voar!
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eishhh, adorei!
ResponderEliminarpelos vistos ''o resto do dia'' foi inspirador, hum? muito bem (: